A Morte, a suplantação da Vida em benefício da Alma
A Morte, a suplantação da Vida em benefício da Alma
“...fez morrer todos” (cf. Lc 17,26-37)
A morte para nós deve ser uma realidade presente, mas não com a presença na vida.
É decisivo: marca um destino eterno: a finalidade de todos os homens.
Ouso, porém, questionar a vida com as palavras de Fulton Sheen:
“Que adianta viver, quando se desconhece a finalidade de ser homem?”
Com isso se “duvida de que valha a pena viver, mesmo na abundância” de carência de sentido!
Deste modo, a alma anseia a morte do homem?
Santa Faustina dizia: “reze pelos agonizantes!”, contudo, por outro lado, Santa Terezinha tinha o hábito de rezar por aqueles que morreriam no “hoje”.
O “agora” é o que importa, nos importa a vida.
O futuro é incerto, mas o máximo do nosso agora é estar presente em Deus ao passo que não sabemos ainda quanto tempo teremos para continuar com o nosso Deus.
Para Fulton Sheen:
“O homem moderno quer reaver sua alma!”
Porém, o Salmo 142 diz que a alma anseia pelo senhor: “Minha alma tem sede de vós, como a terra sedenta e sem água” (Sl 142, 6).
Todavia, Sheen segue dizendo que “Em palavras simples, todos eles querem reaver suas almas; ser de novo um todo!”
Mesmo porque “Querem possuir aquilo que os torna humanos, que dá sentido à política, à economia, à psicologia, à sociologia; a saber, uma alma”.
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Questiona o professor Hocking, de Harvard:
“Ouço falar por toda a parte em liberdade, porém como conseguirei ser livre a menos que tenha alma?”
O mesmo responde:
“Mas a sociedade de nada me pode valer, pois está na mesma confusão que eu. Ela é formada de milhões de almas tão frustradas quanto a minha. Não sou animal, ou uma libido, ou um proletariado, ou um átomo; sou qualquer coisa de diferente, de mais e de maior do que tudo isso. E quero ser mais! Quero reaver minha alma!”.
Contudo adverte o Venerável Sheen,
“Para recuperar nossas almas, temos que fazer ouvidos moucos a esse falatório sobre a natureza do homem, com que nos empanturram no decorrer do século passado”.
O advogado e político americano de Massachusetts, Richard Henry Dana Jr. (1 de agosto de 1815 - 6 de janeiro de 1882) modera:
“É prerrogativa da alma e sua sina moldar as aparências à sua própria feição. Se ela é justa, tudo em volta está bem; se o não é, tudo referve como o inferno, e assim multiplica a alma alegria e dores, abandona-se e resgatando-se”.
Voltemos uma vez mais ao Dom Fulton Sheen pois com grande determinação ele aponta:
“hão de recuperar a alma.
Por entre ferimentos mortais, fogo e metralha, hão de acercar-se do significado da vida, daquilo que no seu íntimo, faz com que sejam homens.
Recobrar nossas almas exige de nós duas coisas: dar as costas, por completo, ao modo de pensar de hoje e volver ao Divino Criador, que nos fez e só ele nos pode dizer o que somos”.
O amor é que conclui a vida. Nossa alma vai se aproximando do amor.
Nossa alma pede nossa vida para que ela continue amando-a.
A morte é querer amar mais ainda.
Que nossa alma deseja este amor, temos certeza.
Nossa alma quer que nossa vida caiba mais amor, porém tão frágil que é, busca a morte para poder continuar amando.
Por fim, o fundador da Prelazia Opus Dei, São Josemaria Escrivá sintetiza: “Para quem quer em tudo dar glória a Deus, a morte é apenas um detalhe”.
Um detalhe que suplanta a vida em benefício da alma.
Padre Joacir d’Abadia,
Pároco da Paróquia São José Operário - Formosa-GO / Diocese de Formosa-GO
Filósofo, Escritor, Especialista em Docência do Ensino Superior, Bacharel e Licenciando em Filosofia, membro da "Academia de Letras e Artes do Nordeste Goiano" (ALANEG), da "Academia de Letras do Brasil - Seccional Planaltina-GO" (ALBPLGO) e da "Casa do Poeta Brasileiro", autor de 12 livros.
Postado por Católica News
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