POR QUE A IGREJA SEPARA O ANO LITÚRGICO EM A, B E C?

 POR QUE A IGREJA SEPARA O ANO LITÚRGICO EM A, B E C?

 


 

 

A celebração do mistério da salvação é o cerne da fé católica, e a Igreja realiza isso de maneira especial por meio do Ano Litúrgico. 

A divisão desse ano em ciclos A, B e C, no entanto, pode gerar curiosidade e dúvidas. 

Neste artigo, exploraremos a razão por trás dessa divisão, o significado profundo do Ano Litúrgico e como ele nos conecta com a história da salvação.

O Valor da Celebração no Ano Litúrgico

Em cada Santa Missa, a Igreja celebra o mistério da salvação, que envolve o nascimento, morte e ressurreição de Jesus Cristo. 

Essa celebração toca o coração da fé católica, pois, de acordo com o apóstolo Paulo, Deus deseja que todos os homens se salvem e conheçam a verdade. Essa busca pela salvação levou Deus a se tornar homem, exceto no pecado, como mencionado na Carta aos Hebreus. 

A humanidade de Jesus é o instrumento da nossa salvação, e Ele nos oferece a plenitude do culto divino.

Início do Ano Litúrgico

Enquanto o ano civil começa em 1º de janeiro, o Ano Litúrgico começa, na maioria das vezes, com o Advento, quatro semanas antes do Natal. 

Isso estabelece uma ligação profunda entre a liturgia e a celebração do nascimento de Cristo. 

O término do Ano Litúrgico coincide com a Solenidade de Cristo Rei no ano civil seguinte.

A Divisão em Ano A, B e C

O Ano Litúrgico é dividido em três ciclos: A, B e C. Essa divisão serve a um propósito pedagógico, permitindo que as leituras lidas aos domingos sejam repetidas após três anos. 

Em cada domingo, são lidas duas leituras, uma do Antigo Testamento e outra do Novo Testamento, juntamente com o Salmo e o Evangelho.

Cada um desses ciclos (A, B e C) tem um Evangelho específico. 

No Ano A, lê-se o Evangelho de São Mateus; no Ano B, o Evangelho de São Marcos; no Ano C, o Evangelho de São Lucas. 

O Evangelho de São João é lido em ocasiões especiais, como festas e solenidades.

Narrando a Vida de Jesus através das Leituras

Uma característica notável desse sistema é que, ao seguir os três ciclos litúrgicos, os fiéis têm uma visão geral de toda a Sagrada Escritura. 

Durante esses três anos, as principais leituras que narram a história da salvação são lidas. Isso inclui leituras do Antigo Testamento que anunciam a vinda do Messias, bem como leituras do Novo Testamento que descrevem Sua chegada.

A leitura de cada Evangelho, juntamente com as demais leituras, permite que os fiéis percorram, em ordem cronológica, toda a vida de Jesus, desde o nascimento até a ascensão. 

Cada tempo litúrgico foca em uma fase da vida de Cristo. 

Por exemplo, o Advento aborda Sua primeira vinda e a expectativa de Sua segunda vinda no final dos tempos.

Os Tempos Litúrgicos nos Levam ao Kairos

O Ano Litúrgico é dividido em vários tempos litúrgicos, e cada um tem sua própria ênfase. 

O Natal nos lembra do mistério da Encarnação, quando Jesus se fez homem para habitar entre nós. Durante o tempo comum, os fiéis aprendem sobre a vida pública de Jesus e Sua missão como Filho de Deus. 

O ápice de todo o Ano Litúrgico é a Páscoa, que celebra a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. 

O ano litúrgico termina com a Festa de Cristo Rei do Universo, que representa a esperança da segunda vinda de Jesus, quando Ele reinará sobre todas as nações.

Em resumo, os tempos litúrgicos alimentam a fé e renovam a certeza da salvação no coração de cada crente. 

Eles também nos lembram que o tempo cronológico é passageiro, enquanto a liturgia nos leva do "cronos" para o "kairos", o tempo da graça de Deus. 

A liturgia nos faz antecipar o dia em que não haverá mais noite, quando não precisaremos mais da luz da lâmpada ou do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre todos. 

Cada celebração nos permite transcender o tempo comum e entrar no tempo de Deus.

 

 

A divisão do Ano Litúrgico em A, B e C é uma maneira pedagógica de percorrer a história da salvação e a vida de Jesus Cristo por meio das leituras. 

Ela nos ajuda a mergulhar mais profundamente no mistério da fé católica e a renovar nossa conexão com Deus a cada celebração litúrgica. 

À medida que participamos ativamente desse ciclo, somos constantemente lembrados de que a salvação está ao nosso alcance e que, no final, o tempo de Deus prevalecerá sobre o tempo humano.

 

 

As Cores do Ano Litúrgico: Um Simbolismo Profundo

Além da divisão do Ano Litúrgico em ciclos, outra característica distintiva é o uso das cores litúrgicas. 

Cada cor tem um significado simbólico profundo e é escolhida cuidadosamente para refletir o estado de espírito e o tema do período litúrgico em questão.

Branco: A Pureza e a Alegria

O branco é frequentemente associado à pureza e à alegria. 

Ele é usado em algumas das festas mais solenes da Igreja, como o Natal e a Páscoa. 

Durante esses períodos, o branco simboliza a pureza de Cristo e a alegria da salvação que Ele trouxe ao mundo.

Roxo: Penitência e Preparação

A cor roxa é usada durante os tempos de penitência e preparação, como a Quaresma e o Advento. 

Esses são momentos de reflexão, arrependimento e preparação espiritual. 

O roxo simboliza a seriedade dessas estações e a necessidade de autoexame.

Vermelho: Paixão e Fogo do Espírito Santo

O vermelho é frequentemente usado em festas que celebram o martírio e o derramamento de sangue dos mártires. 

Também é a cor do Espírito Santo, representando o fogo divino que desceu sobre os apóstolos no Pentecostes.

Verde: Esperança e Crescimento Espiritual

O verde é a cor do Tempo Comum e simboliza a esperança e o crescimento espiritual. 

Durante esses períodos, a Igreja foca no ensinamento de Jesus e no crescimento da fé.

Rosa: Alegria no Meio da Penitência

O rosa é usado no terceiro domingo do Advento, chamado Gaudete Sunday, e no quarto domingo da Quaresma, chamado Laetare Sunday. 

Essas são breves pausas na penitência para celebrar a alegria que está por vir.

Dourado: Festas de Grande Solenidade

O dourado é frequentemente usado em festas de grande solenidade, como a Epifania e a Assunção de Maria. Ele simboliza a realeza e a importância dessas festas.

Azul: Uma Opção Regional

Embora menos comum, o azul é usado em algumas regiões e tradições cristãs, principalmente na Espanha. Essa cor é associada à Virgem Maria e à sua natureza materna.


As cores do Ano Litúrgico desempenham um papel vital na experiência litúrgica, adicionando uma dimensão visual e simbólica rica às celebrações. 

Cada cor reflete os diferentes aspectos da fé e da vida cristã, permitindo que os fiéis mergulhem mais profundamente nos mistérios da salvação. 

A combinação da divisão do ano em ciclos litúrgicos e o uso significativo das cores torna o Ano Litúrgico uma jornada espiritual rica e significativa para os católicos.

 

 

Postado por Católica News

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