O LADO SOMBRIO DA CELEBRAÇÃO: REPENSANDO O HALLOWEEN

 O LADO SOMBRIO DA CELEBRAÇÃO: REPENSANDO O HALLOWEEN

 

 


 

 

 

Texto do Padre Daniel Chagas - Diocese de Cruz Alta - RS - Brasil

 
A simbólica do mal, ou a celebração dos contra-valores. 
 
O ser humano é simbólico, atribui significados a símbolos e estes passam exercer influência sobre o comportamento, a formação moral, a compreensão de cotidiano, e a gradual formação de valores pelos quais se passa a orientar a vida. 
 
Um símbolo atribuído ao bem, e ao belo, sempre evocará estas realidades, um atribuído ao mal, terá o mesmo efeito.
 
"Desdizer" tais efeitos ou buscar perverter seu significado original não mudará a realidade, todo esforço nesse sentido será apologia ideológica. 
 
A noção de formar ou educar para o bem não tem efeito se para isto, se usa símbolos que estão atrelados a uma ideia de desfiguração da lei natural, da beleza, da justiça, do bem e da verdade. 
 
Tal patrimônio os gregos antigos e a escolástica Católica muito bem compreendiam, porém os ideias modernos de emancipação da razão em relação a transcendência e o Sagrado, foram eficientes em desaguar em ciência sem bioética, arte sem harmonia e beleza, e a substituição do sagrado com seus valores, pela política e a economia, uma resultou em totalitarismos e a outra em pobreza endêmica, estrutural. 
 
O símbolo do demônio, das bruxas, dos vampiros, das múmias, embora tenham rendido belos clássicos de literatura, façam parte do imaginário, da mentalidade mágica, por detrás escondem um elemento de realidade inegável: representam o mal em si mesmos, não pelos inegáveis pressupostos religiosos ou mitológicos que trazem consigo, embora estes sejam talvez os mais notáveis, mas por por que negam a essência em si mesma do ser humano: O amor pela vida.
 
A maturidade para entender estes elementos é (ou deveria ser) natural a toda pessoa adulta, entretanto, não o é para as crianças. 
 
Estes necessitam compreender o mundo que os cerca de acordo com a ordem natural, e não queimando etapas de percepção. 
 
Qualquer teórico da educação sabe disso. 
 
Hoje, vivemos em um mundo que se naturaliza a violência e milita em favor de uma sexualidade hedonista, sem regras, que mata o amor; através de jogos (plays), séries, filmes... cada vez mais ocorrem notícias de massacres, de bullying, de suicídios, fora a já notável falta de educação e senso de respeito e empatia.. esta última, tão necessária e falada, e tão distante. 
 
O mesmo ocorre com as demais dimensões da vida, não só na ética, mas também no espiritual e no psicológico; não se pode pretender um equilíbrio nestas áreas, tampouco uma formação individual de incidência social benéfica, se o conteúdo com a qual se as alimenta, é estruturalmente, historicamente, símbolo e sinal de perversão do bem, rebeldia à harmonia, caos espiritual e desafio a princípios éticos e morais consolidados.
 
Podem ser posturas rebeldes e excitantes, sedutoras a eternos pré-adolescentes, mas, sempre serão desagregadoras quando apresentadas a crianças em fase de desenvolvimento. 
 
Uma criança apresentada ao demônio, ou outras figuras, como se estas fossem inocentes, inconscientemente crescerá com seu senso antropológico invertido.
 
Do mal não sai o bem.
 
Não é postura religiosa, moralista, é somente bom senso, o que está cada vez mais em falta num contexto em que parâmetros entre certo e errado são derrubados para dar lugar a ânsias pela desconstrucão da moral, o que no fim ... 
 
Se reflete nas cada vez mais crescentes notícias de tragédias. 
 
Ou se lamenta tiroteios em escolas ou se apresenta o mal disfarçado de inocência, as duas coisas não dá. 
 
É importante ensinar que existem monstros, mas não para que sejam imitados, mas para que se saiba que eles podem ser vencidos.
 
Por que vestir de bruxa ou Demônio quando se pode vestir de líderes humanistas que de fato contribuíram para uma humanidade melhor? 
 
Não significa não entender um fenômeno cultural, não conhecer uma tradição histórica, uma festa de outro país, mas situá-lo no seu real contexto e no horizonte de significado que hoje representam. 
 
E a escola tem uma parte irrenunciável neste princípio.
 
"DOCES OU TRAVESSURAS", inconscientemente é uma frase carregada de chantagem, de barganha, comportamento patológico para qualquer bom psicólogo. 
 
É assim que se ensina a educar? 
 
Como falar de valorização da vida, de empatia, ética e alteridade quando a simbólica empregada é exatamente o oposto? 
 
Não incentivo a ninguém a comemorar o Halloween, não por uma orientação religiosa, o que não as nego, mas por bom senso mesmo. 
 
Num mundo que cada vez mais flerta com o desumanismo, um pouco de bom senso, prevenção, e compreensão crítica não faz mal.
 
 
 

Postado por Católica News

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