FLORES E FORMIGAS: UMA PARCERIA SURPREENDENTE

"FLORES E FORMIGAS: UMA PARCERIA SURPREENDENTE"

 


 

 

A peça teatral “FLO” da escola Célula


Um aviso foi afixado no mural da escola anunciando que as Flores precisam acostumar com as Formigas para fazerem bonito na apresentação da peça teatral, pois eles haviam sido convidados para encenarem juntos.

As formiguinhas, que sempre devoravam as flores deixando-as todas mortas, agora, num momento de oportunismo, deverão fazer parcerias. 

As flores não ficarão mais com receio, visto que as formigas fizeram um trato de que elas seriam amigas umas das outras, e, como amigas, a parceria e a ajuda mútua deverão dar o norte da amizade entre elas.

As flores, mesmo sabendo que havia um trato para ser cumprido, ainda guardava velado um medo ao ponto de murcharem quando se aproximavam das formigas. 

Não era suficiente um trato. 

O trauma dos muitas tratos rompidos ressurgiam como um borbulhar de águas, uma verdadeira insegurança.

A formiguinha mais nova era “Vê”, uma verdadeira inteligência que saía entre os jardins cantarolando e dizendo que era sábia, sabia contar os números, já fazia contas de dois mais dois, conseguia recitar as letras do alfabeto e, com as mãos fechadas, dizia que até mesmo fazer oração para não ter chuva de tempestade ela sabia.

Quem, por certo, não gostava nada da espontaneidade da formiguinha “Vê” era seu pai. 

Aquela abertura para o desconhecido, a facilidade em fazer amizades e sua ligeira comunicação trazia ao íntimo patriarcal uma grande preocupação. 

Logo que enxergava a realidade de sua espontaneidade, ir muito além da compreensão do pai já era suficiente para preparar uma cama a fim de colocar a pobrezinha para dormir. 

Seu sono chegava muito rápido, pois seu dia agitado a esgotava  ao extremo.

Ao clarear do dia, no rompante do despertar das aves, já se ouvia a pequena “Vê” conversar com um papagaio, o qual parecia nem ter dormido direito. 

Ambos conversavam e riam tão alto que despertavam todos que ainda insistissem dormir. 

Não demoravam para se reunirem na cozinha, o ponto de encontro de todos.

Saciados, era oportuno que cada um seguisse aos seus ofícios diários. “Ramalhete” era o nome do pai da formiguinha “Vê”. 

Seu nome honrava sua brutalidade em cortar as flores, as quais murchavam quando ele estava por perto. 

Nenhuma tinha coragem de se manifestar vistosa na sua frente, pois sempre queria eliminar as pobres flores que persistiam em embelezar o jardim. 

Contudo, as coisas tomavam outro rumo à medida que a mãe de “Vê” chegava, pois ela sabia como conquistar a todos. 

Carinhosa ao extremo! 

Até era considerada como mestra, ensinava a todos o caminho que se deveria trilhar para não se perder entre as muitas plantas do jardim. 

Se era para ensinar, ela pegava na mão e, com muita paciência, ajuda todos a terminarem seus trabalhos. 

Com isso, sua fama se espalhava como quem consegue ajudar aos demais.

Na escola Célula, a professora perguntou para a formiguinha “Vê” qual era o nome da mãe dela. Tagarela, como sempre, “Vê” pergunta para sua professora:

_“A senhora não sabe o nome da minha mãe?”

A professora, sem querer dizer um “não” à pobre “Vê”, tentando se justificar, abre o diário rapidamente. 

Como a sorte estava ao seu lado, ela viu o nome de “Vê” entre os tantos alunos que tinha e, logo abaixo do nome dela, havia o nome do pai e da mãe, como também nos demais nomes. 

Num sorriso, aliviado era falou:

_“Creio que “Trêze” fica feliz com a filha que tem”. 

Ao ouvir o nome de sua mãe, “Vê” teve certeza de que sua professora sabia o nome de sua mãe. 

Com isso ela, pôde soltar uma gargalhada e dizer: 

“eu sabia que a senhora sabia o nome de minha mãe”.

O diálogo que fluía foi interrompido pelo toque da sirene, tão forte que se obrigava ser escutado muito longe. 

Era o anúncio do intervalo entre uma aula e outra. 

Tinha um tempo razoável de dez minutos, tempo que era usado para ir ao banheiro, conversar com os colegas, fazer amizades entre os outros alunos das salas vizinhas, ou para fazer reuniões quando se precisava tratar de assuntos que não tinham ligação propriamente com as aulas ministraras naquele período. 

Aquele intervalo foi marcado pela breve reunião para a qual pautaram o teatro que deveriam apresentar entre as Flores e as Formigas. 

Da reunião saiu a conclusão de que a peça teatral iria se chamar “FLO”.

Na mesma escola estudava seu irmão mais velho, famoso em todas salas e conhecido por seu valioso talento, invejável de se ver. 

Um grande exemplo para toda a instituição, era de uma humildade bastante generosa, sendo uma simplicidade de seu tamanho, não que fosse tão alto, mas que sua capacidade de se expressar no seu dom o tornava grande. 

De longe, as pessoas ao vê-lo passar, gritavam lhe comprimentando: 

“Olá, ‘Segundos’!”. 

Num olhar ímpar, de soslaio, “Segundos” honrava seu nome na rapidez em acolher as pessoas, como tão bem realizava nas quadras, ele era um exímio jogador de futebol. 

Fazia, no mínimo, três gols a cada partida. 

Sua rapidez lhe abria vantagem aos demais jogadores. 

Com isso, toda sua família depositava nele uma grande confiança de que iria fazer uma belíssima apresentação teatral por causa de sua desenvoltura com as bolas.

Em casa, a notícia foi publicada por “Vê” a todos: “a peça teatral vai se chamar ‘FLO’. 

O nome é bonito, não é?!” Todos concordaram, até mesmo o jardim florido, que ao soprar um vento forte todos os pés de flores se curvaram, era a assertiva do jardim.

No dia marcado para a peça acontecer, tudo que poderia ter dado errado, aconteceu. 

A tagarelenta “Vê” estava com a garganta inflamada, seu irmão “Segundos” estava sem reação, seu pé enfaixado o impossibilitava de atuar, seu pai “Ramalhete” estava acamado devido a uma terrível febre. 

Restava somente a formiga “Trêze” para representar aquela família. Ela, por fim, como incansável professora, deu tudo que tinha dentro de si e fez sua maior e mais importante apresentação deixando claro que as flores e as formigas, fazendo o papel delas, podem muito bem trabalharem juntas, desde que respeitem o contrato firmado entre elas.


Padre Joacir d’Abadia,
Filósofo
Autor de 36 livros
17 livros publicados
Especialista em Docência do Ensino Superior
Bacharel em Filosofia e Teologia
Licenciando em Filosofia
Professor de Filosofia Prática
Acadêmico: ALANEG, ALBPLGO, AlLAP, FEBACLA e da "Casa do Poeta Brasileiro -  Seção Formosa-GO"
Contato: (61) 9 9931-5433
Segue lá no Instagram: https://www.instagram.com/padrejoacirdabadia/


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Postado por Católica News

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